sábado, 22 de setembro de 2012

Tratado

O tratado aborrecido cospe
mil vezes
seus porcos
O sol brilha na retina de um
cê-ego, cago, cego, caco
A luva branca da lavadeira
que pinta minhas roupas de marrom cor
de metal.
Tratado na maca meio inferno meio lado
Tirei um sarro do monstro dentro de mim
meio lado rasgado colorindo tudo que em mim
é tripa.
Anal manhã como anel de brilhante
Tratado feito entre o que eu flatulei e o que eu amei.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Desanatômia


Os meus pensamentos não comportam meu corpo.
Desnaturalisada, a minha linguagem é estéril
como os ovários dos Marcianos.
A disritmia sísmica da terra
clona os medos e fica entre os fatos.
Fosse o útero uma máquina do tempo
antes fosse possível a caneta nos tornar orgânicos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O espirro que não espirra


As mãos não tocam esses vales de lenços que a imaginação supõe olhando pra luz. Caverna de pelos que permite entrar muito mais ar do que o toque.Repressão de algum espírito que pelas curvas passou, pousou mas não espirrou.Coberto de nevoa incitam alergias, algumas vezes coletivas que
ressoam suspiros mas nunca um espirro!
Dizem ser culpa do tempo,resisto mas digo chuvisca, chuvisca, chuvisca mais. O ar é persistente em dar leves cócegas; narina direita, narina esquerda. Chuvisca mas não molha ar. O nariz respira bem fundo e grande depois deixa sair esperançoso,
tristonho,
cansado.
De noite se esfrega o nariz, alérgico-não-espontâneo
esfrega e esfrega
mas o espirro é teimoso
não espirra mas quer muito espirrar!

Six feet under

O que me assusta
não é
o cheiro da minha
cova
O que me assusta
são os
pastos
que sugam
os restos podres da
morte
A vida
mata por puro
egoísmo
de querer
nascer de novo
O ar
se ausenta
sufoca
o pânico
da fragilidade
quase medíocre
de se auto-chamar
humano
Fatalidade é alivio
da culpa
de famílias
infelizes
Sentam na
mesa
para jantar
suas dores
mesquinhas
do passado
Filhos
ao ponto
por pais com
medo
de cortar
ou enfiar
onde pode
sangrar
Sem pedir
licença
Me corto
(só para contrariar)
Enxaguo
minha cabeça
e grito


-É sangue!

sábado, 8 de setembro de 2012

O Universo

Na garganta se encontra o maior erro de Deus
do tamanho de uma agulha que não costura
guelras for d´água.
Tratamento do metafísico que se acha incrível perante ao sistema solar que deforma a gravidade.
Tudo é crível!
São seus olhos que procuram
algum eco
em estômagos embrulhados.
Porém, agachado, o menino continua a encontrar a farpa que lhe entrou no dedo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sobre cavalos


Dormido tanto sonho interrompido
O ronco estridente dos amores
que me acordaram no susto
dizendo: Chupa-me
Retruco me agachando e pedindo perdão
pela a minha pele submetida
pela minha mente gaguejada
pela estrada ainda seca
O amor que me foi dado
foi sem tato no vai vem
frenético
no dentro e sai
das minhas entranhas
Me deixaram sangrando
em cima da cama
Me embalei na rede
Levantei meus dedos com raiva
querendo me bater, mas não
me apanhei do chão e acariciei-me
até o sono pesar mais que as correntes
em volta de meu corpo.
E quando choro ainda pergunto: Por que?