quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nos Embalos de sábado à noite

Decidi desligar
a te-vê,
o filme,
o livro & a alma

Olhar fagulhas
 desta vida branca

O vazio
tem cheiro

à mim
à eu
à útero

no sofá
com o descontrole na mão
desligo o apartamento

e penso
fora da gravidade de todos
os atos
a vida é leve

perto da janela
existo com a suas
cordas vocais
que não me pedem
que eu quebrar os partos

deixa-me sempre em silêncio
como se dentro de nós
existisse uma alma
habitando o silêncio,
mesmo que raro,
de um apartamento

desligado






terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Eu nunca soube assobiar

Sabe, é que faz tempo que não paro
em um ponto de acerto.
nem numa bola que roda
muito menos numa reta fazendo o quatro.

Sabe, é que faz tempo que eu bebo
e só sei da diferença
entre bar que aceita vê erre e o bar-co-não.

Se fermenta ou destila
é pro garçom que você deve perguntar.
O mesmo faço eu, mas me aprumo
em conversar outros assuntos, sabe.

Sabe, é que sempre que escurece acende
uma luzinha, assim meio cafona
&
assume o meu fracasso de renunciar
o trono, um trono qualquer

Mrs. Monroe once said: I don't wanna be rich, I just want to be fabulous

É,
sábio é quem sabe
atravessar o samba
assobiando

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Muito perto da chuva

meu coração um tambor voodoo meu pau-de-chuva meu ritual urbano
meu computador não resistiu a quatro gotas
e eu no meio desta chuva giro para me molhar com mais decência
os "pingo" da chuva lambe a rua me lambe espinha abaixo no seu vagar entre morrer e me amar
no fundo do barulho de baixo dos toldos dorme o puro medo de escorrer para o esgoto

Ch ch ch changes

Eu cheirava muito
agora choro demais

segunda-feira, 11 de novembro de 2013