domingo, 23 de setembro de 2012

"Belo Belo Minha Bela"

para Luciana Junqueira de Queiroz

Caminhantes da Paulista
 atravessamos as noites
 sem sussurros
 aos gritos
 expandidos em cores
 que me explode o signo
 retina.
 Belo belo, minha bela
 Belo belo, minha bela

 As salas de jantar querem
 se desorganizar ao
 fluir das nossas loucuras
 tímidas que fumam
 cigarros e vocábulos
 despretensiosos
 e amantes das estantes
 de barbas distantes.
 Belo belo, minha bela
 Belo belo, minha bela.

 A varanda não me
esperou quando eu
 cheguei em casa
 Foram as flores bela
 Foram as flores!
 A viagem de pinceis
 da sua companhia
 me deram de jantar
 um sono com sonho
 e nesta noite os Monstros
 não vieram me visitar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Tratado

O tratado aborrecido cospe
mil vezes
seus porcos
O sol brilha na retina de um
cê-ego, cago, cego, caco
A luva branca da lavadeira
que pinta minhas roupas de marrom cor
de metal.
Tratado na maca meio inferno meio lado
Tirei um sarro do monstro dentro de mim
meio lado rasgado colorindo tudo que em mim
é tripa.
Anal manhã como anel de brilhante
Tratado feito entre o que eu flatulei e o que eu amei.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Desanatômia


Os meus pensamentos não comportam meu corpo.
Desnaturalisada, a minha linguagem é estéril
como os ovários dos Marcianos.
A disritmia sísmica da terra
clona os medos e fica entre os fatos.
Fosse o útero uma máquina do tempo
antes fosse possível a caneta nos tornar orgânicos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O espirro que não espirra


As mãos não tocam esses vales de lenços que a imaginação supõe olhando pra luz. Caverna de pelos que permite entrar muito mais ar do que o toque.Repressão de algum espírito que pelas curvas passou, pousou mas não espirrou.Coberto de nevoa incitam alergias, algumas vezes coletivas que
ressoam suspiros mas nunca um espirro!
Dizem ser culpa do tempo,resisto mas digo chuvisca, chuvisca, chuvisca mais. O ar é persistente em dar leves cócegas; narina direita, narina esquerda. Chuvisca mas não molha ar. O nariz respira bem fundo e grande depois deixa sair esperançoso,
tristonho,
cansado.
De noite se esfrega o nariz, alérgico-não-espontâneo
esfrega e esfrega
mas o espirro é teimoso
não espirra mas quer muito espirrar!

Six feet under

O que me assusta
não é
o cheiro da minha
cova
O que me assusta
são os
pastos
que sugam
os restos podres da
morte
A vida
mata por puro
egoísmo
de querer
nascer de novo
O ar
se ausenta
sufoca
o pânico
da fragilidade
quase medíocre
de se auto-chamar
humano
Fatalidade é alivio
da culpa
de famílias
infelizes
Sentam na
mesa
para jantar
suas dores
mesquinhas
do passado
Filhos
ao ponto
por pais com
medo
de cortar
ou enfiar
onde pode
sangrar
Sem pedir
licença
Me corto
(só para contrariar)
Enxaguo
minha cabeça
e grito


-É sangue!

sábado, 8 de setembro de 2012

O Universo

Na garganta se encontra o maior erro de Deus
do tamanho de uma agulha que não costura
guelras for d´água.
Tratamento do metafísico que se acha incrível perante ao sistema solar que deforma a gravidade.
Tudo é crível!
São seus olhos que procuram
algum eco
em estômagos embrulhados.
Porém, agachado, o menino continua a encontrar a farpa que lhe entrou no dedo.