sexta-feira, 28 de março de 2014

pedaço
dia
pedalo
sombra

Ode à Anne Sexton

"The abyss, that God spot" 


E quer chorar
estrangular
It wants to eat

cada selva brutal
brutal it is

sem penas
cem danos
os dados

Arranca com
cutuques de brasa
it does not care

sucídio
binômio
efeito

It sees, it seeks

that odd look
it only knows
while staring out

of any edge of anything

it is

it isn't not

itreallyreallyis

quinta-feira, 27 de março de 2014

Picasso's Blues

.
o Gauche
e eu guache
azul
.
da tarde
sobre a noite
.
.
.
pincéumos
.
blue

Larice Clá

A ordem dos fatores 
nunca me muda, 



Tudo isso: 
estratégia 
esse de inventar 
questões de des
loucamento 
para não acabarmos 
mortos por uma 
Mercedes, 



Copacabana nesga de mar 
o rato ruivo gargalha
e nós ali na praia
naquela areia
morremos sorrindo
para a

barata
do nosso quarto
secreto
caminho
do insuspeito

a ordem dos fatores: G.H.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Fitando o teto e

[aqui cabe um imenso]

esperando o cabelo crescer
esperando as cartas chegarem
esperando o astronauta voar


esperandoesperandoesoerandoesperando








ad infinitum 







Envelope amarelo Gema



para Lucas Rehman



Já falei de mim mais do que queria, mais do que devia, mais. É de se perceber que nunca fui muito boa em matemática por questão obsessiva. Mas isso você também já sabe, já devo ter de contado.

Falta-me tu!

Isso não é um grito, isso é um peido.
Quem já me viu gritar sabe a escabrosa diferença.

Li muito, 
era meu jeito de me encontrar com o silêncio 
se ainda não o seja.

Papo-reto-terapia: 
Eu janto Pathos e musico super-ecos, 

Por isso os livros:
' Em estantes, em gaiolas, em fogueiras
ou lançá-los pra fora das janelas
talvez isso nos livre de lançarmo-nos'

E não me falta de contar mais nada, 
eu não gosto de fazer enredo de vida 
- por isso os livros- 
acho sempre de mal gosto

é isso que me acomete nas mesas de bar, 
fazendo enredo 
me embriagando tomando 
doses de coragem
gargalhando minhas vergonhas 
que tão caro me custam. 

Custam caro porque são mentiras. 
Tudo que choro, sinto, enrolo, suplico, grito, urro, narro, enrendo-me 
é mentira 
-por isso os livros-

E foi escutando por de trás das capas dos livros 
que descobri o fenômeno mágico do ouvir, 
e o que eu ouvi foi o silêncio. 


O que tento dizer é: 
aprender as sensações como gaiolas é uma questão de lógica 

-por isso os manicômios, aonde também pode-se ler livros, digo, se te comportar como carpas num tanque, então por isso os livros- 

Ouvir para mim é: 
o silêncio lúdico, a navilouca 
das instantes 
que me convidavam para escutar um bom proseado. 

Falar era o recheio da minha cabeça ou seja, mentiras travessas. 
Com personagens, cenário e enredo



Então 



Foi no bar que te encontrei: o bar é um cenário, o te é personagem, o eu oculto também o é e o verbo encontrar conjugado no passado é o enredo.

Na minha cabeça computadora foi sendo digitado esses textos egóticos de mal gosto que uma vez te falei. Bota reparo, eu escrevi o verbo falei, lógicamente menti.

menti em querer me meter em ti
já que tu é personagem
por mim muito criado e mal criado
por não me querer no fim da noite sem roupa sem alma sem nada na cama
a sua no caso,

-por isso os livros-

Então

depois do chicote de Ana Cê me lembrando que chorei sem vela comecei a fazer a aeróbica do ego, e veja aqui que falei ego e não eco

Sei um tico de ti, pois me disseste, e minto que não lembro como também mentiste para mim porque falavas, e falavas sorrindo

você não sabe mentir
mas mente
assim
somos


todos
um nó
.
.
.
.
-por isso os livros-
.
.
.


Sobre o título do e-mail 
é coisa interessante. 
Li há exatos cinco anos o livro o Lobo da Estepe de Herman Hesse,

[Livro que na época me entediou como só um bom burguês o faz.] 

e foi que há dois meses resolvi 
mudar de lugar todos os meus livros, 
tirei-os do quarto 
[que agora tem tintas e essas não mentem] 
e coloquei-os na sala 
[para esconder a televisão que mente]
, e foi nessa dança da cadeira que caiu 
the useless Dada e os Cut ups de Burroughs,
[não vou me alongar]. 

A questão é: Tem dias que pego o livro, rasgo uma página:
as vezes leio, as vezes não, 
meto a página rasgada 
dentro de um envelope cor gema 
que comprei na Kalunga. 

As vezes entrego a carta, 
as vezes implanto na bolsa de algum alguém.


[Hoje não quis te ver ,por isso os livros] 
mas rasguei a página do livro
e coloquei ele na gema
.
.
.
.


Como uma filósofa 
fico aqui inventando conceitos 
para essa questão literária dramática das cartas 
que querem ser entregues
mas o coração não deixa
já que nem toda carta é correspondida. 



-não é cinismo, é fantasia-




Você tem namorada

 

e eu

 

eu tenho os livros
[...]

terça-feira, 18 de março de 2014

#ócio/oficio

Eu tenho o meu, e você também deve ter e o seu e se não tiver não me interessa, decifrar não é trabalho, mas veja que disse trabalho e não problema [...]

[ócio porque isso que faço, na Grécia antiga, não era ofício. Acho belo os gregos, a sua miscegenação divinas, seus Chaves no barril e suas estátuas que parecem terem escolhidos os pintos para a parte da maestria da obra. Vero, belos pintos.]

NESSE SÉCULO
              CÉLULA
              CELUL0SE: pronto, achei uma palavra que me agrada, palavra que cai no chão sem fazer alardes, como se fosse Quintana recitando andorinhas enquanto come algodão doce. Tá vendo a necessidade da arte? O parque de diversão é com certeza [beijando os dedos cruzados e botando a mãe no meio] muuuuuuuito mais legal num poema do que na vida real, sejamos francos, ir a paques temáticos é nos certificar que quem era para estar atrás das grades éramos nós e não o macaco.
A pezar que este ofício, no sentido grego mesmo, não me desagrada. Eu adoro bananas!

segunda-feira, 17 de março de 2014

400 dadinhos e umsó dedo no cu

Ah esses dias que não passam sem penetrar minha epiderme com gritos banais. Sem lembrar que Cristina nunca disse sobre o suicídio e mesmo assim se lançou inteira para dentro do tinteiro. E as correspondências é que me fazem poeta, o resto é poetaria e olha que infortúnio destino, nasci sem pica grossa. Me falam de meus culhões e por isso minha anatomia de confundi e faz-me roncar apartamento afora. Quem há de ver-me mulher se nem mesmo eu me toco, na parte ceda, no palpite apaixonado do coração. Mind games, trouxe-me azar no amor.  Nos espelhos mais epiderme, madeira que se pode lixar. E o berro, de que orgão vem? A Bile negra borrando o meu sexo que para ser exata já sabe do rombo Freudiano pessimista da recuperação do self,


prosa poética e exata como a mosca que flexei:

domingo, 16 de março de 2014

Wild sea money

para Federico Damiano

Las ventanas y sus ojos
estaban cerrados

yo camino por las
calles
calladas
calladamente
laborales

encuentro nuestra habitación,
en un acto completamente mágico
y abstracto

[el bar rojo no encienda más
ninguna alma]

[...]




Sola me encuentro
encendida pela noche
que también me calla

las llaves
se quedan
A bajo de su cuerpo

Te quiero ayer
como un niño

Me quedo equivocada
en su ciudad

las luces
se quedan
equivocadas también

No hay camino
la casa está cerrada
muerta
acá nadie
habla

En el final
cuando no se puede más
la solitud
ver el sol

me recuerdo: It takes two to tango

[un auto enojado
amanece
y yo,
con el café en las manos]


[...]






segunda-feira, 10 de março de 2014

Carinhosa fuga:
o fullgás é violento
que queima e vira
chama
nos lençóis, na cama
virando cinza
esse cinzeiro/apartamento
esse sincero medo
de te trombar na rua
bêbada de azar

os lençois, a cama
tudo isso me chama



sábado, 8 de março de 2014

A vida é bela

O prato rebolou
na minha mão

direita

Num movimento
ninja salvei
com a mão

esquerda
o prato dos cacos.

& a primeira coisa que me passou
a cabeça foi:

Se o prato tivesse caído: Que merda de vida!

Viu? A vida é bela

Haikaimaisdois

Os livros ainda
me levarão à
falência,


monetária
maséclaro



Carnalesencia

Ao ler me vi
obrigada a
usar, criar
quem sabe
por sorte
rimar

Carnalesencia e Girondo na Caverna de Platão:


pintando com sangue
a pedra a primeira tela
pra ver se rola um
incentivo
de levantar a bundagorda [oinc]
e ir caçar
em vida
aquilo que tão bem
sabemos representar

[cavernatelevisão,
a arte nunca deixou
de ser autônoma]


O homem
pode fazer do espelho
mais que o reflexo

técnicos literários

Somos todos uns bárbaros
e isso meu bem
é coisa humana e não selvagem

nessa nossa
terra urbe
a matilha
tem outro nome:.

[democracia para burguês ver]
.
.
.



COM
JUNTO HABITA
CIONAL


Antes achava
que
o fundo do poço
era elástico
agora acho
que é um
emaranhado quântico

Não sei se foi Dahmer
que disse
ou fui eu
algo sobre isso
só sei que o que ele falou
não fui eu que falei

Mas,
uma certeza:

dissemos ambos
a palavra poço

e isso é: maisquebastante

dolor

Com corda
com cor




quinta-feira, 6 de março de 2014

Carta à mãe

para os meus irmãos, Fernanda e Eduardo Thomé

Mother, I have a story to tell:.
I have been miserable
with or
without you

There was a misunderstanding
between God and Science
-I guess this trouble was when I
was born-

God trade the fate of names
it was no mistake
but more like a secret of change

Change of time and journeys
not here but within
the Universe

God changed the esthetics
of the glimpses and epiphanies
we all were suppose to have
while looking through
our mother-own-flesh&blood

No
Not this time,
not here

We were born in the age of
wombless humans
such you
you see
no woman

That's all I can know
yet me was left the wonder
of the key and a thousand more
in only seven tears

You see mother,
I've been always like a witch

So there is me

I was given no poison
but only an open soul

Science whispered:
the tiniest witchcrafts
baking cakes
with the soul
of the opening of the eyes

That's why your eyes are made of things
and mine of times and memories

You accuse me of tic-tacing
in front of your doors
for years, oh! so many years

The tic tac you hear is what we call:
To have a heart mother
I have no power over it
neither do you

-My heart pounds like a voodoo drum-

My Dad taught me how giant is the Universe
and the Universe is what I call love

not bigger, not smaller
just
Universe
-






Curiosity is the passion
and the invisible
to me real, the real deal
my friends in the front of the war

It's so obvious now
the violence
born between us
way before your bones
way into my spirit

When I say universe
i do mean it
and I said so many times

and this is the key I can't figure it out,

while bleeding when I decide to come in into our story
I wonder, I deeply wonder [!!!]

Have you ever seen the universe?



[Parque Julieta, Novembro de 2013]




terça-feira, 4 de março de 2014

P.J:. A subjetividade é unilateral

"Se você não sabe o que são carpas brigando por três bolinhas de manteiga vai ficar difícil explicar aonde exatamente começa o meu mundo" F.B


Smiths: sobrenome comum
põe o disco, eu disse
I feel good, I feel fine
Burroughs?
No kid, you ain't a pill popper
pop me one fow fuck sake
cinco minutos com você
meet me on the cemetery gate
Wilde, I was born to be Wilde
no Kid, you ain't Wild
quem nasceu já piruá
tem relatório escrito
todo-dia-kilo-a-cada-santo-quanto-dia-caga
-Conhece? É um manicômio
-Manicômio não! Casa de repouso!
But did I ever tell you anyway?
I never did like your face
Oh what a terrible mess I made of my life [...]
Deisy, entrou deprimida, prometida a ficar por dois dias
Ninguém fica no-somente-dois-dias
O rango é fino demais para ir assim saindo
caféalmoçolanchecaféjantabolinhocafé
Todo mundo gordinho//Todo mundo saudável
-Manicômio não! Isso aqui é um oasis
I'm not the man you think I am
I'm not the man you think I am
-Como cê veio parar aqui?
[Para que servem os nomes se os nomes são todos comuns]
-É que vi o Samuel Rosa musicar um poema do Gauche na Tevê, ele cantava/dançava segurando um copo de conhaque bar-de-hotel-bem-vindo-a-Miami e você sabe, existe um número específico de coisas que uma mulher pode aguentar.
I don't believe in magic anymore Jeane
e agora Mané?
-










e isso é tudo
e o tudo
é o só com que roupa eu vou
pra carnavalizar
esse tantão de nada.

Tem gente que se veste de coelho
outros tantos de humanos

vem, vem pra jaulinha

que nesse bloco
tem sempre espaço
para mais uma galáxia



[...]







Yep, still undateable

para Frances Ha


Buck,
a beterraba só é surda
porque está roxa de vergonha

o desengonço é de raiz
da beterraba, do avestruz
Tudo em famiglia

Ah! Os tuberculosos
sempre com
um cigarrinho no beiço
com medo dos 10 cm de sinal
do moço que quer lascar-lhes um beijo

Apagam o cigarro
e logo
metem-a-cabeça
de volta pra dentro
bem fundo da terra

a sete palmos,

mortinhos
de vergonha


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Choravela

Quando choro acho,
acho fielmente
que alguém sabe
que choro

que minha embriaguez
de água e sal
tem sim
objetivo
em si simples
mente
chorar

Chorar
apartamento
apertando botões
fowardrewind
de músicas tristes
a cada segundo
mais altas

Bolero de Ravel

Chorar
achando que é cena
para a minha platéia particular

Chorar
como se fosse hobby
passa-tempo
para perder tempo
ontemhojeamanhã

Tempo ação
corrosiva e modeladora
do universo

Eu não perdi tempo,
aliás,
eu não perdi nada!

É um
tempo-todo-achando-tempo
essa vida naçomorro
tudojuntomisturado

A vida que é platéia
coadjuvante transformadora
do meu-tempo-em-cena

Eu, leitor

Eu, lambo as páginas
Eu, dedos nos teus buracos
Eu, na luz dos espetáculos
Eu, o cheiro do pó
Eu, escondidas bibliotecas
Eu, soletrar o urro
Eu, Épica divina
Eu, vaca profana
Eu, livro
Eu, livre
Eu, lei
Eu, Thor
Eu, não
Eu, nu
Eu, tum  
tum      tum

O Raul embebido e submerso na realidade nos doerá para sempre

'Ou até, quem sabe, 
O escorregão idiota num dia de sol 
A cabeça no meio-fio'

(poeta ímpar, 
vou te encontrar 
vestida de cetim)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A Disneylândia é aqui ou quem mexeu no meu Padê?

Depois de tanto olhar para a buceta com cara de paisagem eu vi um caminho se construindo, estreito mas sinuoso, sutilmente sinuoso, sutilmente torturado. Cantei baixinho pra ninguém ouvir: Follow the yellow brick road, follow the yellow brick road. Yellow não, Pink! Já quase perto da sacola mágica, Mary Popins, o espelho caiu. Caiu, quebrou, estilhaçou. -Que caralha, buceta! São mais 7 anos de azar.

São tantas vezes gestos naturais

Meio susto/ meio nojo
quando flagro
a fácil intimidade
que o homem tem
com as próprias bolas

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O homem de trás do espelho

Chamam
ele
De-Ré

e contam-me
fábulas sobre ele

tipo

que ele é
um herói
marginal

ou
quase isso

Ele pegou
o meu cabelo e disse:

-Gata,
você precisa parar
de se olhar
no espelho

e

raspou o meu cabelo
em menos de uma hora

ou
quase isso

Ele olhou
bem
dentro de mim
e
sorriu

Não tenho
certeza
do que foi
que ele quis
me dizer

mas tenho suspeitado
que foi da força
do silêncio
e
da beleza
das
belezas-que-não-refletem-se

ou
quase isso

Quando terminou

um amigo nos disse
que pareciamos irmãos
e eu pensei

ou
quase isso

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Se isso fosse um postal:

Bananas are my new thing.
O fálico poder do potássio;
coisas dessa frígida,
quer dizer,
frígida não,
sexualmente inapropriada:
do verbo apropriar-se.


Sobre minha vida
só cotidianos

domingo, 12 de janeiro de 2014

sábado, 11 de janeiro de 2014

Narrazão

XI.

O poeta me envia cartas suicidas. Marina beija meus seios. Todos não esperam nada, nada de mim, com  olhos famintos. Because, because..."Hello, Hello, Hello, How low". Eu me ocupo de aceitar que não possuo palavras de sobra, estou sóbria..."I feel stupid and contagious". Carregada de tensão na parte interior da cabeça. Eu falo: Poeta, grita essa porra alto! "Here we are entertain us"

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

sábado, 4 de janeiro de 2014

Éfeito

V.

De calcinha amarela
deito na cama
Estendida/Arregaçada
semi-nu
das minhas vergonhas
-Eu só faço sexo
com entranhas-

Besta é tu

No meu coração
bestial
cabe a
macacada toda&
nada mais

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Pains et Circenses

Eu, gritando com as mãos cardíacas
enquanto o poeta pede delicadamente para peidar

Culatra

I.

A arma tem
A galinha tem
O Baixo Augusta também tem
Bang
Big
Bang
Cowboy
de tiro à culatra
da culta
do contra
&
dos Bispos em seus vies

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Carta à irmã

Nós do outro sexo, do sexto sexo -Ana cê-


-Amo

como um Jegue,
potrinho mal acolhido
Desengonçado
rindo alto para tudo
aquilo que ninguém achou graça

Jegue que gruni
quando quer dizer
isso aqui
bem aqui
que eu tô tentando dizer

Tem algo que me alaga
de ternura e imensidão
quando um outro,
outro ser


(você, irmã!)

me lambe as feridas e
me olha como quem diz:
Viu! A dor passa, o amor não [...]