terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Insight

Muitas
vezes
cagar e andar
evita
a pistola
de
me matar

Workholic

Eu quero
só descansar
mas a mente
cisma em rimar

Como evacuar um conservador

para a minha amada Tia Helo


A cada discurso

Just Smile and Nod

Chegando em casa
faça questão
de cagar
feliz
cada
um dos
sapos
engolidos

e não se esqueça:
Ninguém duvida de Louco

e
se digo louco
falo dos que sabem
cagar sem Activia
e antes da descarga
se limpam
gostoso
com uma
capa da
Veja



domingo, 23 de dezembro de 2012

Sou Etílica

Se não aguenta
bebe leite

                                            Melhor um copo na mão, do que dois no balcão
                                                    -Sabedoria Paterna quase nunca erra-

Dislexia Comemorativa

No
Ano Novo:
Feliz Aniversário

No
Aniversário:
Feliz Natal

No
Natal:
Meus pesames

sábado, 22 de dezembro de 2012

Text Messaging

Te

(tenho quente
e forte
dentro de mim,
já que a palavra)

amô

(caiu na boca
dos fracos)


Sobre o término e seus encantos

Desculpa-me culpa,
dupla e adulterina.
Faça a graça de me gritar de vez.

Cale-se consciência alheia;
Para ti não devo nada.
O seu compromisso é
do outro lado da moeda.
A face que caiu foi a sua cara,
e a coroa me serviu.

Pouco me importa as consequências
de seus erros.
Estou cagando e andando para a sua dor
complicadas no parto.

O buraco que nos cabe já
suspeita da nossa carne como um Urubu.
O atestado já foi dado,
o que nos falta é o óbito

Angela Rô Rô

Agela, também tem
gente me dizendo que
eu ando
falando demais
bebendo demais
fumando demais
fazendo anedotas
demais
até
rindo demais

Sô porque
enquanto agente vive
demais
eles
morrem
demais

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Poeta do Tédio diz ter preguiça

O Tédio é reprimido
se entdia de enfrentar
usando saias
para ganhar fãs
fãs do tédio
que não o
entedia

Ser amado
por mulheres
que não
sejam
sua
mãe

A fonte de toda e inteira
poesia
sua

Do sexo e dos caralhos
ele fala
Enquanto em quatro paredes
chama o seu caralho
de Pipi

Pipi, mulheres desse mundão, Pipi!

A preguiça se tornou minha
por ele
seu corpo
sua poesia

e sua fraca

ideologia

Passe Bem
como um morto
para uma vida
que grita, toda e por inteira
SEM
preguiça

e meu tédio
se limita

em te olhar, ouvir
e principalmente
ler

A humanida agradece
e bocejando
se despede

Olhando para o epitáfio

Aqui jaz alguém
mole, mole
mole como
um pipi
que nunca virou pinto


 
 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Confissões de adolescente

Caetaneando
o que há de bom
o malo,
que sé
y nadie supe

My Brother(s)

Black&White
estatisticos
índios

Amarelado
conceito
com
pré
pós

humanos
intimi(do)

da
dados
os

os
os

os

Quebrando
na tierra

Portuguesa
Burguesa

Espanhola

Americana

Ana

de

terra
permanente

mente

corta Dada



Deliberados

ser feliz, o melhor lugar é ser feliz -Caetano Veloso-


Provados em substituição
de time certeiro

Os que fazem gol
Os que impedem gol

Devaneio para as linhas de fora

da quadra
do time

devaneio nas mães e suas mãos
devaneio no banco irriquieto
dos que podem se trocar

Tocam-me

nua, olho para aquilo que não sei dizer

time concreto
sou turma discreta
de
ti
mim

&
nós



Logo eu

Que me entupi
de movimentos
desonantes
antes mesmo

eu
logo eu

de compreender
a logística
do cinema

que notam
a imagem
e não
o possível

eu
logo eu

que me melo e molho
nas construções
em papel
em desenho
ou alfabeto

de notas
notas!
que notam

eu desmontar cavalos
e andar
com pés

de humanos

eu
logo eu

I´m gonna sit down and write myself a letter

Marcelinha...

fique em paz que eu....

eu

vou logo atrás

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

The Mediocre Bit

The knife
keeps staring at me
It reflects up and down
I hate you in the reflection
on the back of my eye

The knife
keeps staring at my chest
I know they are big
no need of refletion
to explain

Those who work
I envy
not the money but
the way
they go on

And the Knife
keeps satring at my eyes
Not the river
the knife

It´s sharp to live
the life
not death
keeps staring deep
in my soul

The mediocre bit
is what keeps me
alive

not the drugs
the knife

Growth

para Matheus Carrera Massabki

Hey Kid, grab me a beer will ya?
Put on some tracks on the radio and
take off your clothes...
Kid, the world is crap, no need
for tears, crying is over rated
That´s why I fake it every night.
Kid I think I am no longer a girl
I think the universe wants me to know
I´ve been a woman for quite a while...
Hey Kid, you have a misunderstood smille
that I olnly found out why today...
Your life is only beggining and your soul
is trying to let me know that
I need to move on...
Go on Kid, embrace the streets, go on leaving
those pretty girls, skinny, white, crazy girls
They won´t do you any harm, I promisse Kid
They will ask you for a night, maybe stay
for 2 and 3, ýou might remenber me, but
you should see my soul moving away.
I will be standing on the door saying:
I´ve seen it all before...
I might even be on a swing chair
writing down the movements of your legs...
I will miss you Kid
When I get back you will be already
a man...



terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Clocking and Waiting

They say
I have to wait
wait to know
this and that
They say:
it´s only
matter of time
time to wait
and I wait
wait to know
when it´s time
that I won´t
need to wait,
wait no more.
time that I can Tic
time that I can Tac
wait my time
say my clock
baby I will wait
(that´s for sure)
wait to know
when it´s mine
time that I can
tic-tac with you again.

O avião

Um avião
pousou
na minha
mão

É pista de vento comandante!



domingo, 16 de dezembro de 2012

Os Hômi de hoje parecem os de ontem

Carinho de pau
não pega na mão

Agarra, Come, Esfola
e despacha pro camburão

TELETRANSPOESIA








Com o nome de flor

pétala
bemequer
malmequer
pétala
malmequer
bemequer
Margarida,
na hora da dúvida
por sorte
eu nasci
cebola


Come Beck

Volta irmão,
para
a parte
que te cabe
nesse
camburão

Apolo e Dionísio

Vão
em
vão

ver no caos
algumas estrelas
a
dançar

Percebo

As vezes Percebo
que penso
que acho
que o ato

de cagar
não é

tão

nojento

Nessa vida

Tem coisas boas
Tem coisa ruim

e
nem tudo
é

poesia

que
nada
quase
nada

é
tudo

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

The Girl on The Bus









My lord, I cry out loud
for forgiviness.
My way into happiness
It´s in vain, the wait.
My lord, the ugly girl on the bus

She smells and makes me ill,
I sit so close to her
desfigured look.
I hate her.
I will, my will, my way
giving up it´s not a chance
What is cahnged, what is mine.
The light, the glow
Damned little smelly girl
Looking so ugly crossing down the streets.

The desire of the traffic lights,
It´s only red, yellow, green.
I wish it turned blue.

Downtown smells like soup,
That stink in the bus reminds me of you,
ugly little girl.
I wonder how would taste my pies when I become a grandmother;
Will my grandchildren
be as ugly as you ugly little girl?

I wish I could kill time,
Wish I could kill ugly girls like you.
The only girl I am allowed to kill
it´s me.
Oh Lord, how wise of you
for making me
as ugly as the girls I want to kill.

Título

Um meio
sem fim

Queremos evitar o insucesso

E de pensar
que sobre o
sucesso
Nem uma
palavra foi
se quer
pensada

DaHora aVida

O vinho brinda
a minha vida
que nada
vinga

Vegetariano

Ele não come carne

mas

devora mulheres
sem culpa nenhuma

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MoonShiner

para Robbie Heuston


Wherever you are
I know you still

know my name
know my heart

my desire
follow you
like a child

my dreams
are sweaty
like a bottle

MoonShiner
I love you still


till´ tomorrow comes


Ato Fálico

Freud Revisita:
O que escorrega da cabeça
cai de boca na botija

E como não?

Nadar de Ré
e não de costas
andar pelado
e não correndo
viver amando
e não morrendo

Bolsas

que guardam
passados e presentes
em forma de
farelos de Douritos
e salpicados de pipoca

H@mém

Ó! Burrro é o homem que acredita que modificando a escrita, modifica-se a oralidade, espelho da realidade.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

The unecessary poem

Babe,
sometimes
I only
write
to
get
laid

Young and Foolish

Tá tudo errado em ser

Young and Foolish


again

Caixas de Calos

calos de calçados
são minhas
insistencias de
comprar
sapatos
sempre maiores
que
a
caixa

Que pena

um dia você
não
vai mais
poder
reinvidicar
o seu direito
de mudar




a
minha
música

DeRessaca

No sétimo
fico
confusa
se é o
oitavo ou o nono

DiaDê
Bocas
Secas
e Mandíbulas
Trêmulas

Senhorita M.

Passo o ponto
final
da personagem
coadjuvante
de noitadas
e
penumbras

Dessa Marcela
só existe
outras

mais
misteriosas e silenciadas
do que
eu

Dica para as amigas de pernas abertas

Nunca
se
apaixonar
por poetas
que moram
em
disco-voadores

sábado, 8 de dezembro de 2012

Tal como

Acho meu c(s)into
procurando
a minha última calça

tal como

Acho meus sonhos
procurando
a minha última lembrança

I like my women drunk!

Só assim
ela
me
beija
na frente
da
boa
família
Brasileira

Jantares românticos que terminam em brigas

e

Como a vela na mesa
fico que nem Candelário
cheia de cera e
muita dor de cotovelo

Bodas

O Brechó
da tia
Cidinha
foi onde
você me pediu
em casamento
e eu aceitei

que você
pagasse

O meu
paletó
blusa coladinha
calça
&
calçados

Eu subo, eu desco. É paz e amor

Pela madrugada
são
dos meus
que encontro
me dizendo
que
só por hoje
estou um bucado calada

É
que
ficou os carinhos de um outrém
que como você,
acredita que escrever paz

é
fazer amor

Drink&Delírio

https://soundcloud.com/#marcelathome/drink-del-rio

50 reais
Itaú semi24h
Linha-verde

Páginas roubadas
para uma viagem
de
30 minutos

O tic-tac
racional
O tic-tac
emocional

Um drops
para ligar

-Tô chegando

Gim
cerveja
Gim
Cerveja

Se olho
no
espelho

Não
quero
me
olhar

Gim

Gim

Gim

Arrebento
uma
risada
assustando
os
expectadores

Se me escuto
não
quero mais me
escutar

Gim
Gim
Gim

Pergunto
se os
entedio

Pergunto
se os
agonizo

Mas nunca
escuto
o que eles
tem a
me responder

Desacredito
no eco
dos
sóbrios

Resolvo
dançar
para espantar
os
mosquitos

E quando
eles vão
embora
entristeço-me

Vítimizo
a mim mesma
dizendo
que foi
abandono

-Garçom!

No resto
sempre
tem
mais festa
para
os desesperados

GimGimGim!

6 da matina
o ônibus
me leva
Para uma cozinha
que sempre
me recebe
de cadeiras
abertas
debruçadas

ao meu

abraço

choro e

delírio

Poesia de Metrô

Vou fazer
um
Rock&Roll

antes de um show

Batidas de trilhos,
saltos
e sapatos exaustos

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

The -ing Form

On the clock
now!

Get
ing
a bite
to eat
Get
ing
a fork
to speak
before
the mouths
are full
ing
the streets
with
little
disasters
tast
ing
like beers
Oh! summer
ing
we were
only
summer
ing
Walk
ing
to
books
in
little
time-blues
apartments
sex
ing
a
few
more
hours
to call
the day
off
and
the
verbs
a rest
i
ng
while we are
play
ing
the role
of
full
ing
The summer
and
pretend
ing
that
in
the morn
ing
rain
i
n
g t h
e
n d i
n
g

Uma cri-crítica lírica

Ai, ele pede
por poetas
incandescentes
estuprarem
macacos
postumum
beatniks

Parar,
aonde viemos
parar.
Onde viemos parar?

Repara sempre
em
crônica
doença metodológica
de
criar
amantes apaixonadas
por teu mistério
de palavras
capengas
idosas
e
vazias

Curiosos sentimentos
sobre
escombros
de homens
auto-
intitulados
macacos

Howwl!
for mercy
and
drug-adicted
type
of poets

Cof!Cof!Cof!

Espejo tralha
escrevendo
nova
neva
poesia

e nevo
em cima
em
baixo
por trás
de perspectivas
animalesca

para compreender
os seus grunidos
que se rebelam
burguesamente
contra
a si
mesmos
Macaco

quer
banana

pena
que pra
essa
poesia
macaca

a
banana

podre

e já faz tempo


Os paranóia Lá da Terra

Ele não me
deixa
fazer
        nada disso

O céu

Eu tenho
que
           parecer
      real

Correr e correr
como um Avatar
atrás da luz
e de
         mais
   uma dimensão

Em cima
de arcaicas
    rodas

Zeca de Amsterdão

Eu

tipo
deixando a vida me levar

Traição Simultânea de uma amizade colorida, monocromática ou quase isso

http://www.youtube.com/watch?v=OTnuKVqRmdY

Você tem direitos
de manter
seus silêncios

(sem que isso inoportune o meu)

Qualquer coisa que digas
SERÁ usado contra você

(sei que aprendeu isso fazendo coxinhas com as mãos)

Qualquer coisa que fizer
SERÁ usado contra você

na corte das leis...
             
Então não seja tão otário
não, não seja tão otário

Não se aproxime tanto de mim, mon cher

Deixe suas mãos
where I can´t see

Não sabe que o teu coro
é desejado
por mais
de 50
estados,

mon cher?

Eu amo,
mas
não é up to me
é
up to you

e sempre foi
sempre foi
foi

cê vê
que
é
uma montanha?
uma estatua?

Você tem retinas
poluidas
de imagens

e vejo
alguns
motivos

(monocromáticos)
para mentir

Não te condeno,
meu caro,
por ser tão sábio

Você, meu chapa
só ultrapassou
a linha em
que eu deito

eu me coloco de pé

Você nunca
dobrou
de volta
(olhou
em volta)

Que amante tua
está suficiente
molhada
para ti
esta noite?

Ela é outra,
dentro e fora,
da sua
morada?

Fui eu,
dentro e fora,
da sua
porta?

Deixe suas mãos
where I can´t see

Não sabe que o teu coro
é desejado
por mais
de 50
estados,

mon cher?

Eu amo,
 mas
não é up to me
é
up to you

e sempre foi
sempre foi
foi

E
sobre
as coisas
que me
disse
na orelha

(PACHORRA)

abrindo
(cinicamente)
o seu portão
(cinicamente)
sorrindo

Aiiiii!

Como quis,
eu,

Gritar
Todas as
coisas que
entraram

on
my
mind

Meu amigo
tá foda
te


Tá mais
f
ácil
te deixar
de banca

É que sabe
teve um tempo
que eu precisei
MAIS
de você

mon cher

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ill, Bill and Pills

http://soundcloud.com/marcelathome/ill-pills-and-bills


It´s the machine
of today

I got crazy
on the line
with
God

He wants
my
panties
wet
to see
his fucking miracles

I got the bill
from the doctor
today

He told me
I am ill

He said
-Honey, there is no god

I took my pills
and the vision
does not
stop
Doc!

They say
I am
Ill

While I am
in an astronaut
outfit
on my way to
the moon

to the moon
Honey
to the moon

Ill
Pill
Bill

It´s fucking Ironic
how
everything
rymes

while
doctors
put
humans
in
a
cage

and
animals
in a
space
ship


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

No vértice de Werther

Eu
vivo
me
matando

(pistola-tira-colo)

O meu
tiro
é meu
alvo

Roubei o gatilho
sentimental
da armada
intelectual

Sou uma sorrateira trincheira

cavando buracos
acessanndo
cartas
de
defuntos-amantes

A pistola
é minha
única
interlocutora

Quando
me
atira

existo,

morrendo,


Dear Mr. F

Fuck you!

I mean,
I wanna
fuck you...

Ele III

Me range
como
dentes
envergonhados
de
sorrir

sábado, 1 de dezembro de 2012

Jay-C II

Viu meus peitos
e
esqueceu
que
logo embaixo
é
que
mora
o coração

Para os que conhecem o The dark side Of the Moon


Se eu morrer, não chore não, é só a lua

To comprehend
darkness
you need
to pack a bag
to the moon

Just like Patti & Dylan

You like too many women

I like too little men

You
 look like Dylan
and
I want to sing
like

Patti

We know you like
too
many
women

and

We know I
ain´t
a kind
of
woman

The exclamation mark,
I am, I am

The question mark,
we are, we are

We know I like
too
little
man

and

We know you
are no kind
of men

The walker
you are, you are

The path
we are, we are




sexta-feira, 30 de novembro de 2012

The man with the mirror

-Till she finally sees that she's like all the rest
 With her fog, her amphetamine and her pearls-

















They call
him
backwards

and tell
me
tales
about
him

Like

he is
a
underground
superhero
or
something

He picked
up
my
hair
and said:

Darling
you need
to
stop
looking
yourself
in the
mirror

and
cut all my hair
off
in less
than
one
hour

or
something

He
looked
right
inside
of me
and
smilled

I´m not
sure
what was
exactly
what he
wanted
to tell
me

but I am guessing
it was
the power
of silence
and
the
beauty
of
non reflecting
lifes

or
something

After I was
shaved
A friend
told us
we looked
like
brothers

and
I
thought

or
something

Ele II

Me Beija
Me come
o cu
a alma
e depois vem
com essas
de
5
minutos

Deep throut

Menina você é profunda, muito profunda

Ele

Magrelinha, me desculpa,
mas gordinhas
são
uma
delícia

Cri cri cri

Nem uma mosca voa por entre as frestas do meu pensamento

Sub-meto

Submissão
é uma
faca
de dois
gumes

tem quem diga que é bom
tem quem diga que é mal

Submissão
é como
qualquer
outra
coisa
na
vida

uma faca de dois gumes

faca que brinca
de assustar-nos
entre os nossos dedos

submeto-me
ao
bem 
ao
mal
e
a
faca
e
seus
dois
gumes

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A justiça de um paradoxo

Quando repondem-me
-Justo
Quero etrangular
o ángulo lógico
do discurso

A justiça assim
falada
soada
por cordas
mesmo
que
vocais

Tocam-me
nos nervos
e
agora
nos versos

Contaminação de justiça,
é o que
o meu cérebro computa

(água perto dos ossos)

Os ossos duros
da ideologia
gia

gira-me
lógica
atemporal
dos papéis dos
homens

injustos.

Justiça
é como um  efadonho discurso
prolíxo

que depois se justifica
dizendo que a palavra
significa
falar dificil

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sabe qual é o problema desse menino?

É sempre
Ela
e
nunca
Eu

É
Gabriela
Daniela
Isabela
Júlia

e
nunca, nunca
Eu

Literatura morna, como diz a Bíblia, vomito-te

O Preto
e
O Branco
é
Maravilhoso

e
que
se foda
os

50
tons
de
cinza

Papo cheirado de consultório

-Seu coração é normal.
-Não Doutô, normal é você!

Pet-Arte

Eu
sou
um
pet

ART-NIMIM

-Quem concorda, levanta o pinto!

Os Abusados


Mulher que fala
articula
rebola
e
bota
o
pau na mesa

Abusa
a
mesa
de
jantar
e
a cabeceira
cadeira
de
muito
homem

A-B-USA

o fator sentido
da disciplina
masculina
de
ser
másculo

Aí tem outras

(escondidas mulheres)

não tão idolatradas
mas
com certeza
muito mais
bem
amadas
e
beijadas

Fica então
mulher
de pau na mão
e
com dor de cotovelo
a
escutar

reclamação dos homens que abusou:

-Mulher Cala a Boca e me lava a cozinha, faz favor!

Amor proibicionista

Eu carrego dólares e dolores

e

você
carrega
o
mundo
inteiro

e
no
meu
cangote não cabe

mundo nenhum

sem
dólares e dolores

Maternidade



Eu passo
batom
vermelho

para
matar homens

Aprendi com O mestre

A Sra. Minha Mãe

e
ela
diz

-Se o batom borrar, é aí que o bixo vai pegar!

ponta cabeça

Para que ter mãos se temos pés?

Vamo-nos
Meter
os
pés
pelas
mãos!

Eu fujo de beijos e procuro os outros

Usar a língua
é usar as
víceras

Faço amigos
perguntando-lhes
sobre
íntimas
infâmias

e
eles
me
contam

e
quando
respondo
falo

com cor de
sangue

sobre
segredos que não se guardam
e beijos que não nos damos
O passarinho enche o peito
quando vai cantar

Eu o vejo e encho o peito também!
e
em
um trago
                   tento
                   me
                   afirmar

que sei aprender

,como ele,

a
cantar
em


silêncio

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O que me resta dizer

Sem punhetar
Sou Dada
sou de cabelos inexistentes
e de memória incoerente

E para humanizar-me
ultilizo
a filosofia

que nos
torna
nada

Mas para me
colocar no mundo
compreendo

quase nada

mas mantenho
olhos atentos

a lógica
atual
Nacional



• da Globalisação

não sei se entendo

mas danço

quero?

não

mas não sou coro
tu não es coro
mas enfim
somos coro

não de lógica
mas de confusão
ideológica e
amorfa

e há de ter
tempo




• e população
para contrariar

surpreender

os que escreve
com a voracidade da fala
produto de vida
e imagem

ainti-Datena

sem cameras também
podemos enxergar

mas sem subjetividade
será que podemos
nos questionar?
 

·          

·          

· 


 

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As sutilezas do homem

As sutilezas do homem
como percebè-las

Me preocupo
em
estuda-las
conte-las
todas
no

(m)eu

G-R-I-T-O

escrevo
as
sutilezas
que rondam-me
a
mente

oralidades
neuronais

antes achava
que
era cancêr,

hoje acho
que são
flores

monocromáticas

preto

branco

azul

vermelho

e amarelados
medos

são as sutilezas
do homem

o preto e o branco

de uma tecla
de
piano.

sábado, 10 de novembro de 2012

Jay-C

Jay-C,
tem muita gente
dizendo
que você me ama.

Tá na Tevê
Bebê
Tá no rabo
do caminhão

Onde você
trabalha,
onde você
mora?

Escancaram
o teu amor
nos muros
e nas
placas
perto
de motéis

Jay-C,
porque?

O teu negócio
o teu jeito

nada sei.

Me falaram
que você
é como vento

queria que tu fosse
Tsunami!

Um maço para esquentar a voz

Sempre achei
que era
poetisa

Mas o
tempo
as
páginas
e
o

cruel talento
me ensinaram
que não

Minha voz
sempre falou
mais alto

O goró
então
me fez caminho

(se não escrevo,
pelo menos bebo)

Fazendo amigos
entendi

que entender
não cora
as minhas buchechas

Me surpreender
molha
todas
as minhas
calcinhas

Foi
oral
o
meu
infame
talento

(Oralidade
por ti
me
derreto)

Falo,
falo e
falo

e é por pouco
que não
sinto

A-i!

Arbore-me


Foi deixar as velhas roupas
queima-las
ve-las se tranformarem
em pó

ó
d

Mulheres destemidas
homens covardes

Chuva encoberta
de pele
de cheiro
de facas
amoladas

Mulheres deprimidas
Homens covardes

(A raíz do espírito
adorado
por multidões
sempre
come
sozinho
calado
alagado)

Por ter um
coração partido

me confiam
a fidelidade

Por eu ter amado
mais que pude

não

Humanos sempre covardes

sempre acham

que

não

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Careta, o palhaço também sabe fazer

Deu quieto
deu certo
renomados gemidos

Lambidas automáticas
suspiros pensados

o script
te conquista

Disse
o autoajuda
que Judas é utópico,

também são os orgasmos

O prêmio
é dado
pra quem fica
esperando
carícia
carente

Te desenham mulher
como tu fazes com
tua maquiagem
te computam mulher
como tu fazes com
teus homens

Se não gozo
é por
não conseguir
Se gemo
é por
de fato sentir

Se amo...

já não sei mais me maquiar...

domingo, 28 de outubro de 2012

O fim em dez cigarros de tempo

Deixou-me na cabeceira
caixa-box de cigarros filtrados
E eu ainda lhe falava de cura
e ele
que sempre foi
curado;

Desprendi de meus pulmões
um arroto transversal no quarto
Esfumacei seu rosto
caminhante e sem desejo
de meus pileques
monumentais

Ele me serviu a vodka,
apontou-me a porta
da geladeira,
minha única e fiel escudeira.
Traguei mais tragos
intragaveis de final.

Falavam-nos algumas sentimentalidades
televisivas,
amores crueis terminados
em casamento.
Alimentei-me do insucesso
de amar
Os pelos corbetos
de rostos
acendiam os olhos
a cada
meu
cigarro fumado.

Ele colocou no rádio
uma inocente melodia,
tentativa subestimada
de quebrar o obscuro
fumo da retirada.

Minha mente pregou
olhos de filhotes na porta,
imaginei-me saindo
por seus infinitos
buracos oráculares.
Ao inventar imagens
o olho,
por fim,
rendeu-se a ver a realidade:

Meu último cigarro não fumado


Foi no tempo de acender
e ver as cinzas queimarem
que lembrei-me de Swann
exclamando o fim
da feia Odette

-E dizer que estraguei anos inteiros de minha vida, que desejei a morte, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agrada!-

Nem terminei o cigarro e fui embora feliz








quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ousar-me feliz


para Frederico Bertani e Mariana Varela

Colorindo papeis a grafite
rabiscando as linhas
covardes e trêmulas.
O papel escapa
(sempre de vez em quando)
o braço,
como alfinete
rasga digitais
formando bolhas vermelhas
no papel.

Colorido, o papel timbrado
com sangue.,
Me fiz
pequena na preguiça
de ser grande.

(Decreto-Geral:
Agora Escorrego
a minha última lágrima,
escorrego
o meu último lamento
em papel cinzento!)

Não fiz bola
com o sangue de papel
Fiz que os olhos marinados
se rendessem ao olhar do sol.

As lágrimas constroem na retina
um vitral, que me explode
nuances de cores concentradas
no horizonte multifacetado.

Foi assim, como uma música quente,
Que ousei olhar.

Foi assim, como um amor inocente
que fiz  de meus dedos
carinhosos instrumentos

Foi assim,
da noite pro dia
do escuro a cor

que meu papel
se fez de pele
e meu coração
de valente.

Foi assim,
que ousei
dizer

poderá eu,
por fim render-me
e ousar-me feliz?

sábado, 20 de outubro de 2012

Habito pedaços patéticos de armadilhas

Só apagarei o cigarro
quando a decadência
 virar o cinzeiro
no rodamoinho inefável
 de cinzentas cruzes
 abastecidas no meu
 inconsciente.
 Só apagarei o cigarro
 se o inefável virar forma, forma!
 Só discutirei as horas do relógio
 se derramarem os segundos no ar,
 regurgitado por todas as vacas
 sagradas da Índia.
 Só discutirei as horas do relógio
 que forem endereçadas para teorias
 populares de recém nascidos.

Olho perplexa como a palavra tem morfia exata na imensidão de sentidos quânticos. Entrego, então, figos e mentiras a forma que esta caneta responde graficamente a este meu lamento imprestável

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sub-verso de xadrez

Subevertidos
os bispos
inventam
sinistros
tabuleiros
No sub(o)mundo
foram
guilhotinados
todos os peões
Invertida a torre
pela rainha casta
que não come
penetra
o castelo adentro
Obsceno
o rei se jogou
do cavalo
arisco
pela hora
da sonata
envenenada
trovejante e
subvertida
dos românticos

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Calhordas

Começarei na primeira pessoa
segunda e terceira
e todos os plurais
Calhas, encalha
Calou-me calhordas
Leviano sujo de terra
ou seria outro tom de marrom?
Ordinário sinônimo
Antônimo seriam os Marcianos
Planeta, deserto de calhamaços
científicos e despro-vindo
canavias
Planeta sem terra
Anti-ciência política
Caixote no mar
segue afogando
a carnificina
invadividindo endividados
campestres emcaixoatados
afundam no

mar

lar

ar

domingo, 23 de setembro de 2012

"Belo Belo Minha Bela"

para Luciana Junqueira de Queiroz

Caminhantes da Paulista
 atravessamos as noites
 sem sussurros
 aos gritos
 expandidos em cores
 que me explode o signo
 retina.
 Belo belo, minha bela
 Belo belo, minha bela

 As salas de jantar querem
 se desorganizar ao
 fluir das nossas loucuras
 tímidas que fumam
 cigarros e vocábulos
 despretensiosos
 e amantes das estantes
 de barbas distantes.
 Belo belo, minha bela
 Belo belo, minha bela.

 A varanda não me
esperou quando eu
 cheguei em casa
 Foram as flores bela
 Foram as flores!
 A viagem de pinceis
 da sua companhia
 me deram de jantar
 um sono com sonho
 e nesta noite os Monstros
 não vieram me visitar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Tratado

O tratado aborrecido cospe
mil vezes
seus porcos
O sol brilha na retina de um
cê-ego, cago, cego, caco
A luva branca da lavadeira
que pinta minhas roupas de marrom cor
de metal.
Tratado na maca meio inferno meio lado
Tirei um sarro do monstro dentro de mim
meio lado rasgado colorindo tudo que em mim
é tripa.
Anal manhã como anel de brilhante
Tratado feito entre o que eu flatulei e o que eu amei.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Desanatômia


Os meus pensamentos não comportam meu corpo.
Desnaturalisada, a minha linguagem é estéril
como os ovários dos Marcianos.
A disritmia sísmica da terra
clona os medos e fica entre os fatos.
Fosse o útero uma máquina do tempo
antes fosse possível a caneta nos tornar orgânicos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O espirro que não espirra


As mãos não tocam esses vales de lenços que a imaginação supõe olhando pra luz. Caverna de pelos que permite entrar muito mais ar do que o toque.Repressão de algum espírito que pelas curvas passou, pousou mas não espirrou.Coberto de nevoa incitam alergias, algumas vezes coletivas que
ressoam suspiros mas nunca um espirro!
Dizem ser culpa do tempo,resisto mas digo chuvisca, chuvisca, chuvisca mais. O ar é persistente em dar leves cócegas; narina direita, narina esquerda. Chuvisca mas não molha ar. O nariz respira bem fundo e grande depois deixa sair esperançoso,
tristonho,
cansado.
De noite se esfrega o nariz, alérgico-não-espontâneo
esfrega e esfrega
mas o espirro é teimoso
não espirra mas quer muito espirrar!

Six feet under

O que me assusta
não é
o cheiro da minha
cova
O que me assusta
são os
pastos
que sugam
os restos podres da
morte
A vida
mata por puro
egoísmo
de querer
nascer de novo
O ar
se ausenta
sufoca
o pânico
da fragilidade
quase medíocre
de se auto-chamar
humano
Fatalidade é alivio
da culpa
de famílias
infelizes
Sentam na
mesa
para jantar
suas dores
mesquinhas
do passado
Filhos
ao ponto
por pais com
medo
de cortar
ou enfiar
onde pode
sangrar
Sem pedir
licença
Me corto
(só para contrariar)
Enxaguo
minha cabeça
e grito


-É sangue!

sábado, 8 de setembro de 2012

O Universo

Na garganta se encontra o maior erro de Deus
do tamanho de uma agulha que não costura
guelras for d´água.
Tratamento do metafísico que se acha incrível perante ao sistema solar que deforma a gravidade.
Tudo é crível!
São seus olhos que procuram
algum eco
em estômagos embrulhados.
Porém, agachado, o menino continua a encontrar a farpa que lhe entrou no dedo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sobre cavalos


Dormido tanto sonho interrompido
O ronco estridente dos amores
que me acordaram no susto
dizendo: Chupa-me
Retruco me agachando e pedindo perdão
pela a minha pele submetida
pela minha mente gaguejada
pela estrada ainda seca
O amor que me foi dado
foi sem tato no vai vem
frenético
no dentro e sai
das minhas entranhas
Me deixaram sangrando
em cima da cama
Me embalei na rede
Levantei meus dedos com raiva
querendo me bater, mas não
me apanhei do chão e acariciei-me
até o sono pesar mais que as correntes
em volta de meu corpo.
E quando choro ainda pergunto: Por que?

domingo, 15 de julho de 2012

Debulho de raiva

Trago ao peito expandido
um silêncio que late um cão com raiva.
Raiva
desta caneta que não protege o meu discurso
raiva,
deste papel que me corta a superfície e
maltrata-me quando nua.
Raiva, raiva
da momentânea inutilidade dos amigos,
da cegueira que me abate
da saliva que gagueja.
Eu tenho raiva
desta baba que me escorre os dentes como sangue
do meu bafo ocre
do meu corpo podre
da minha mente sem sanidade sanitária
Raiva
da vacina que me deram
prometendo me curar

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Poema de minuto

                                      para Dorinha

Nos encontremos aonde nos basta e viremos borboleta.
Já que a morte não nos parece insteressante,
diferentemente das estrelas.

sábado, 30 de junho de 2012

A formiga Atômica atravessou a rua e a esmagaram como tomate

As piadas sem sentido nos trazem um riso confortável no absurdo. Interesses privados, aquela mesma coisa comum. Monstruosidade do acaso. Clientes ambíguos da causa mercantil de bichos exóticos-quase-humanos. Comportamento autométrico à respostas mecânicas e ausentes. Liberada sem descrição de libertinagem no dicionário. Caminhamos, então, com Deus no braço esquerdo. Uma mão me aponta uma caneta que assina virada pro não. Não sei quem foi, quem é, quem sou.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Para tu que me pega na mão e me vende o penhasco...

...descobre em mim o que me esmurra a pedra.
Você que encontrou a liberdade
diz para aquele que vive no verde
que a uva é suicida em épocas de vinagre.
Amarrei meu bode na amoreira central do abismo,
quando venta o ar sangra.
Para compensar o vácuo, minha mente
vira estrela no cosmos que me conhece mais que a terra.
Espero pela promessa dos 3 desejos do gênio que virou louco
segundo os olhos psicóticos do mundo 2000.
Sou mesmo uma preguiça de olhos vendados dentro de uma
panela de pressão, apressam-me as moléculas enquanto
degusto sabores de vida.
O vapor faz o tempo passar dentro dos meus poros.
Usei pernas de pau quando criança hoje sou o anão no circo,
as crianças riem dos palhaços sem medo da melancolia.
Forma nunca foi conteúdo, só desespero concreto de quem nega
nossa humilde ingnorância.
Joguei o meu cigarro para morrer no chão e o caminhão
não me recolheu na coleta diária e seletiva.
O fim é um nada e a vida é um nada vestido de tudo.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Av. Brasil


Com o corpo desvendado eu caminho escondida pela Avenida Brasil.
Os carros caminham comigo, cortejando o meu corpo-substrato.

Com os pulsos descobertos almejo o sol, buzinando dentro dos meus músculos.
Minha vida-caixa sem som. Estrada permanentemente nauseabunda.

Engarrafamento na Av. Brasil abriu a garrafa dos meus olhos e encheu o copo do passageiro de ônibus.
Foi ele mesmo que me disse para chorar cheiro e cachaça

Os turistas me querem insensível ao ver o meu reflexo invisível na faixa de pedestre.
Sou corpo de bagunça atravessando a rua fétida. São as minhas axilas de trabalhador da mente.

Cato o lixo litúrgico da Igreja Nossa Senhora do Brasil;
ouvi dizer que o Senhor-pós-moderno se disfarça em materiais recicláveis;
as vezes o vejo em janelas blindadas.

Rezo ao meio-dia como um analfabeto.
Se escuto perdão, leio culpa.

Vejo
Vermelho, amarelo, verde
Faz barulho no silêncio da cidade...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Maturidade imposta por paredes fúnebres

                                                                                      Em memória de Nair Thomé


Cigalho tempo depois da morte. Chegou a hora cruel e misericordiosa de perdoar Deus. Chorei feito uma antagônica criança ouvindo o padre falar da pequena semente de mostarda e do coração fértil de Jesus. Jogar para plantar, quanto clichê esquecido na paixão de Cristo. Carregamos a nossa cruz egoísta sem mesmo saber se ela pesa. A morte pesa. Foi quando o grito mais original em mim se calou. O 11o domingo do tempo comum, mudou o animal em mim. Animal cosmopolita sem fé diante do espelho virtual. Vi que este animal é o mais burro de todos. Nada no mundo me esvaziou mais que a minha inabilidade de acreditar. Senti a vertigem daquele que se encontra. Seca sertanejeira dentro do miúdo ser que habita bem longe das veias que irrigam células transmissoras de pranto. No nada a distância me veio marrom e não supostamente taciturna. Cherei a terra feito animal desconsolado, comi uma minhoca e engoli um pouquinho daquilo que morre para ver se a crença ressuscitaria em mim. Chorei por lembrar que o meu animal viu poucas vezes a terra, medroso que é, cheirou poucas vezes a vida, covarde que é. Da geografia universal o que mais conheço é o duro asfalto sem vida. O cortejo fúnebre me levou com o coração pesado para te dizer (a)Deus. Enterram-me com terra e compaixão. Renasci na fé, com um jardim na boca.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Rush-me hour


São Paulo 6:00 da tarde. Segunda-feira de luxo e com cheiro de charuto. Um vinho, dois vinhos; a cidade quer beber chá. Água gasosa para não dar ressaca enquanto o meu pulmão defuma o meu fígado. Nas tardes não sei definir ausência morfa nem ego ferido. Indigno-me comigo por levar o meu bloquinho que não me da status algum. Toda essa boêmia desenfreada em épocas de conservas de figo. Um vinho dois vinhos; embaixo de um prédio residencial. O prédio reside nas famílias sem mim. A cidade me fuma as cores da fumaça em um hall de entrada. O quadro cafona ilumina a minha alma com uma luz baixa de faróis em velocidade limite. Não quero me embriagar. Um vinho, dois vinhos; para ver no asfalto o tempo epifanico virar cotidiano dentro de um taxi vago que entope os meus vasos lacrimais. As 7:00 a cidade para ao mesmo passo que eu há tanto, há muito estou estática.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

As flores brocham e os pintos murcham


Por um adeus mais produtivo as flores se recolheram da colheita invernal deste ano.
Por um amor infernal o olho do cu me pisca em noites cheiradas a antidepressivos.
O pinto murchou antes mesmo de se regar da minha saliva, o pinto se concretizou em pedra epitáfica na beira da estrada a caminho de Margarida.
Margarida, mulher(es) Bebericou na minha mão, olhou e sentou a beira de mim.
Berei seus olhos e tentei não rir. Pinto murcho por ti em noites escaldantes, amarelas, ele diz.
O pinto cacareja e cisca a flor nas costas das minhas pernas. Pernas que não se abrem ao ver o sol por de trás da mata.
Mata ofegante risonha e promiscua. Não quero dar. Quero é dar loucamente, por de tras do sol sem mata.
Te como por inteira flor brochada de Junho e te cuspo fora o coração.
O Viagra expositor na estante da memória de jovens murchos, sem flores românticas nas mãos que brocham.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Em fartura de memória te lembrei

O infinito depois de uma vírgula
Te estrangulei ao tentar alcançar as reticências
Sem decência nem seu
amor
me dei de quatro na
esquina
Mirambulei idéias românticas, me caguei por esquecer
da superficie

rala e pouca

que sou

Não te dei nome Senhor das enchetes navegantes das minhas
veias

Me abri sem pedir licença, perdoa amor; mas foi que te encontrei, nesta noite,atravessado na minha guela.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Enciclopédia de sonhos



Meu corpo em espasmos saindo da minha mente. Pirotecnia de atores franceses que me odeiam.
Mordi o dedo de um garçom nas ruas de Buenos Aires depois de eu lhe afirmar que o meu pai era fazendeiro.
Estupro noturno do bicho de sete cabeças, suor com lençol molhado do meu primeiro orgasmo.
Falha de memória no meu pulo de um mundo para o outro, apontei meu dedo mindinho bem na cara do Bullying da minha infância.
Cai de uma árvore no colo do Buda que me fez chorar depois de me bater tão forte no meu bumbum.
Entrei no elevador espelhado com um buraco ocular que dava a ver o calidoscópio do mundo dos gigantes. O elevador caiu em queda livre para dentro de um carro em fuga, ladeira a baixo da favela em que Zebras gigantes habitam. Entrei em um casebre onde multi-homens me tateiam. Eu me vendi por 2 reais e um copo de bebida, me entreguei no chão de terra batida. Levei um pontapé, escutei o grito da rua e senti nos meus ouvidos o bafo da cidade. Paralisada em um evento negro o pânico se instalou nas pontas dos meus pés, mexi dedo por dedo até o ar explodir meus pulmões. Acho que acordei chorando
(Quem me amou não me ama mais)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mim não faz nada

Quis ensimesmar: Eu em mimmesmar
na poeira cósmica de mim.
Intestinal caminho do self
service.
Fila andrógena de bichos,
herbicarnívoros,
diriam os cientistas.
Estala estela a costela
de mim.
Tirar para rebolar por entre
os laços do grosso intestino
lançado pela NASA ao espaço sideral.
Para mim querer poesia de banheiro
foi preciso tirar de mim desejo.
O grande vaso a levar de mim,
planetas que rebolam na minha
casa, que é em mim a minha
mente.
Mim quer fazer
tremer a casa do eu
Mas mim é abstrato e o eu é físico.
O físico espaço da Gramática grita:
(Em) mim


                       

                                    não faz nada.





quinta-feira, 17 de maio de 2012

Elegia moderna para poeta fujão


Poeta você perdeu a mão do lápis, mas ainda rabisca, com as unhas, fazendo o papel sangrar.
Me disse: Senhorita M. pare já de escrever, o seu negócio é viver.
Eu te dei um belo tapa na cara.
Poeta você me conhece, sou na tua linha o decote bem servido com o papel de bala na mão.
Poeta você descreve, personagem que canta e toca violão.
O título da página, rua Harmonia número zero. Foi tempo poeta, faz tempo poeta.
Ser personagem esquecida, é pior que ser morta em começo de romance poeta.
O troço é que o seu bloquinho sumiu e a Caneta-computadora te fudeu irmão.
Eu te disse, vai escrever, você resolveu viver, foi preso na contramão. Fazendo poesia
foi confundido por político; Poeta você não o é. Agora ta na justiça das palavras burocráticas,
vão te prender poeta, por falso-testemunho poético.
Só eu poeta, leitor, só eu entenderia a metafísica do seu ato em vão.
Agora me diz, aonde você se meteu depois de tirar o seu dedo do cu?
tu-tu-tu-tu linha cortada depois do seu roubo ao banco central,
que caralho poeta, eu não uso bota nem dirijo camburão.
Meu olho só quer te mirar pra vê. tudo simples assim poeta.
Seu advogado judeu me ligou e me disse chorando que também sente. vê se pode?
Sente que você não pagou pra vê. Porra poeta, to pagando pra vê, você. Ta afim?
Tô desintoxicada na academia que me devora poeta, e eu querendo destruir os ossos duros da ideologia.
Você longe e eu aqui a destruir ossos.
Eu sou sua testemunha, lembra cristão? foi junto que agente incendiou a igreja,
atrás do altar. Ninguém entrou e eu ainda te devo essa.
Betty Boop te ligou e disse que ta solteira, me passou telefone
e tudo. é preciso jogar sujo poeta, se não a realidade ainda me mata.
Volta pra mim, nem que seja por 5 minutos do seu cigarro poeta, por um cigarro.

Não servirei de adubo para as Margaridas


Ocorreu-me a idéia de me mijar de medo atravessando o viaduto.
A corrente de ar de São Paulo me veio amoniacal.
Sem escapismos nem metáforas, o cheiro da cidade me submete;
São as frases soltas que me captam de fora pra dentro,
obrigando-me a compreender
o solo fatigado deste asfalto,
A passarela elegante dos trabalhadores enternados
sacode as minhas pálpebras contemplativas. 
Observo para além do escritório espelhado, para além da alusão moderna
de céu. O meu rosto ultrapassa a salinha do café, vira a direita do corredor e abre a porta: Banheiro feminino.
Mijei na água e me limpei. Pensei em voz alta, talvez quem sabe a sociedade me escute que nem um Deus.
Vestida de século XXI tirei a minha bic do bolso e relatei na porta do banheiro que o cheiro do ralo era meu.
Fedida e vestida fui buscar buracos na fila do trêm, não meu Senhor, eu não tenho 50 centavos para te levar daqui para lá.
É assim que pago as minhas contas, freando o passo da multidão ao te negar ser grão neste balde de areia.
Sim meu Senhor,
O pão também é grão, o problema é que ele vira pastoso e hoje o viaduto quer me ver virar água descendo, pra baixo do subterrâneo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Encxertos tirados de uma vida-cassete

(...)

- Evito usar qualquer tipo de coisa que não representa a maneira das minhas mudanças. Tem muita gente querendo me conservar.

(...)

-Será tudo isso um apego ao infinito?
-Não, é o presente em andamento.

(...)

-Foi estupro!
-Estupro?

(...)

-O Alemão sublinhou a imbecilidade do conceito nação (risos).
-Era alemão, loiro e brasileiro. Era um gostoso.

(...)

-Tive dois filhos negros. O mais velho se chamava Diógenes. O povo falava que ele era amargo como um maracujá. Eu não. Achava ele elegante e nada mais.

(...)

-Não chamaria de dialética. Dicotomia seria mais preciso.

(...)

-Concordo com Michel, fumo cigarros quando estou nervosa e todo o resto do tempo.

(...)

-O Google foi um amante meu em idade mais madura. Ele me ensinou uma porção de coisas interessantes.

(...)

-Horácio? viciado em cartiado se jogou da ponte e viveu. Essas coisas da metafísica. Parece poético mas não é.

(...)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Hilstórias de amor

Crássio que lembrava-se de Hilda que lembrava-se de Túlio que há muito foi comprar cigarros.

O primeiro, castro
A segunda, poetisa e
O último, político.

-Hilda, já te disse, corta teus excessos.
-Crássio se te excedo, não a mim. Teus excessos são tão entediantes como você. Em ti, só excesso de consoantes. Se as retirasse, tu te tornarias romano. Tão belos romanos, com tão feias conquistas.
-Tuas palavras te traem.
-Viver a vida, é você quem trai as palavras. Não sabe nem mesmo roubar Godard.
-Hoje te confundo. Por onde anda seu vocabulário malcriado?
-Embriagado, só para te irritar.
-Quer casamento? Casa, mesa e bananas.
-Banana podre, já sei, me disse algumas vezes. Tá podre? amassa e põe açucar.
-Me tomas por um boludo.
-Crássio não se iluda, teu personagem é castro.