quinta-feira, 30 de maio de 2013

Infames

Sigam-me os bons


Subentendida métrica

Cretino fado
de estar sempre de lado
aos teus pés
como se tu
foste eu
encarnado

Corrigido pelo
vento ortográfico
essa pedra calcada
no meu meio sorriso
olhando esse chão
a fio, a nado

Te jurei ser irmã
mesmo amando-te
como parte
tricotada no quente
palpitar esquerdo
desse peito

Anuncio
solitário
que não sei
te escrever,
meu desejo,
se quer um misero
soneto

Te deixo meus olhos
como palavra corrida
da minha mente
ofegante e
por vez entediada
mas encestantemente
por ti apaixonada



To my dearest Mr. F

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mia, miaw

Its the blues kicking 
and giving me chills
I swear to God
I'm trying honey
to forget your
your lovely eyes
and your body 
uhm, so hunky
Baby, I am opened
wide as secrets
of your doubts
if you say no
I will hear 
yes, oh yes

Won´t you 
come on over
and give 
this restless lady
the love making 
you so adore,
don´t protest
you know honey
you will
give in at last






Por uma vida grave

Botas em cima de talos
Suor escorregando
no tablado

A Máscara trágica
não necessária
desse desespero secreto
que seca a lágrima
no topo de montanhas

Alinhadas com o concreto
abrir das cortinas
Espantando
as mãos trêmulas
das retinas

Sacrifiquem os meus dedos
para que Édipo possa ver
que os Oráculos sempre mentem
diante de uma platéia faminta

Medéia decrepita
a rondar cabeças
de Urubus cor verde
Lambendo nacos de ossos
desse ofício patético
que é encenar a morte
plagiada dos atrasos

Eu fico Grave elegendo
o meu próximo
figurino,
afinal
o final também é ato
e não roteiro de mal gosto
do destino

terça-feira, 28 de maio de 2013

O bom Senhor de mal humor

Se Borges saísse
do armário
ele seria Girondo

Pêndulos

Os pássaros atravessam
os relógios barulhentos
de todas as madrugadas

As casas de cartas
viraram os olhos
para dentro de seus tapetes
querendo migrar os naipes
para além de suas almas

O sopro seco do tempo
encostado na navalha
Enrugam os pés de galinha
com o frescor do hortelã

Eu corro para dentro
desse corpo
desse copo
com cheiro de grito

Todo esse tédio de ver
no vento passar estradas
chocadas de óbitos

Ergo a taça
e bebo Cronos

As ampolas
se foram

caçar grãos
de areia
no cronometro
sem templo
usando apenas
conta gotas
cheiro e
o que sobrou
do sentimento

It fucks me kind of funny


segunda-feira, 27 de maio de 2013

domingo, 26 de maio de 2013

Estalactites

Deitada,
com os olhos
mirando a ponta
afiada desse belo
veneno 
na gruta
na moita

Eu ando solitária
a descobrir sonidos
sem dramas
na lama

Eu respiro o meu barro
deliciosamente
rastejado
encubido
nos poros
dos meus olhos
enxames

Satisfação e verdade
sentenciada 
nesse mesmo predicado

Ele me mira e vê
a arrebentada
variante torrencial
que existe entre
o corpo e o berro
entre eu, eu vejo
eu veto, respiro

ele feito de mato
no sonho do outro
mais verde e alto
meu ventre no ato
e eles lambuzam-se
dela, aquela
que nunca foi eu
além de marrom
e trago
descalço o sapato

e grito Adeus



quarta-feira, 22 de maio de 2013

UnderVelvet

Sometimes I believe
that red lipstick
is the only power
of God that is able
to save me

The black clouds
are missing
my rotting body
during the day

They refuse me

They are begging me
to come back downtown
So they can properly
Spit on me

Obscure:
In cold weathers
such as this
I wish just the same

I tried to stop them

Cars crashing
        becoming

red flame and fresh gasoline

Sexual Secrets
in sick societies
are all the tales
written
in the bible

I bet that's why
depressed women
turn into nuns

Nobody told them
it's ok to be a frigid
During my sleep
they convince me
that Jesus is better
than a good old spanking

The cross is the mind
Sobriety doesn't
kiss and tell

Clean minds
make me forget
when I wasn't
a virgin at last

Shots in the dark
reminds me only
that I truly loved
my pink crayons


It was thick enough
to make me bleed


Pay-me-Boy

Dark Hallways
obligates me
to piss on the floor
jut for the sake
of the humiliation
of proving myself

Oddly enough
fresh Ammonia
makes me calmer
than a camomile tea

Nothing like the smell of true sadness

Hey, Playboy, how did you think that the bottom of the tunnel smelt like?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Sweet, Sweetie

Most of the time
I am a genuine bitch!

Burning and Blinking
the lashes of my eye
as if my pussie
was a sort of paradise

In Private
I call it

cunt

It tricks me to convince my ego
To suit some slutty underwear

Language:
what a nice way to call de devious dirty lying tongue

Hey Babe, I bet you
to walk on mirrors
without sinking

You can Flash me at night
Undercover,
I can be pretty sweet

Sweet like
thunder
feeling nothing
but pain under


Eu sou apenas um peixe, mas que fuma e ri, que ri e detesta

Me
like a fish
in a forest
laughing
cigarettes
smoke
like a bitter
oak
symphony

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O pulso ainda Pulsa

Transgenêro raquítico
das intranquilas
ideias de sucumbir
ao tédio, seleto, ímpeto
Tragado todo o desespero
recebo suas cartas tardias
com comentários críticos
abomináveis sobre
as linhas do meu corpo
Instante em que você
me deu a cama e farejou
Georges Bataille no armário
abarrotado de vergonha
Celebra seus 25 anos
na espera de si mesmo
Não te entrego telegrama,
sono, nem cana
Te falo por lembrança
que tu, meu bem
ainda me ama




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sopro

Te fizeram amarelo
sorriso encadeado

Meus dentes
de martelo

Adereço o meu processo
adiante da linha
do horizonte

Querendo no zen
um trêm alheio
ao descaso
do barulho

Refletir porém
nas maçãs rosadas
de tanto tomar
quietudes incendiarias
no meu chá diário


Creio que vi,
suspenso silêncio
sua língua sorrir
amando pra mim

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tem dias que são mães

Tentáculos me mordam
A Eureca gritou no intimo
desaforo do útero materno.

Temporona nasce torta
e nem amora desamarga

Tem sempre
filho que adoece
pela doença
de uma família inteira

Parece que nascer
é desvirginar o
próprio canto


quarta-feira, 1 de maio de 2013

O sonho não acabou

Paredes encostam
na travessia
composta
de re(s)tos
de comida
Na garganta entrasgada
amargura docente
Estragou algo
enfi
m
Circulam nas veias
alguns vermes
fa
mintos.
eles Lêe
m
a minha historia
contada por versos
em carr
eiras,
beiras




Uma janela sorri
enquanto atento
as pernas de volta
pra cama





Deixa a cuíca chorar


Meu corpo na cama
pensando enredo
pro nosso samba

Paparapapá
minha gente
o que que há?

Eu vi sim,
sim Sinhô

nós dois apaixonados
nas cartas de tarô