Os pássaros atravessam
os relógios barulhentos
de todas as madrugadas
As casas de cartas
viraram os olhos
para dentro de seus tapetes
querendo migrar os naipes
para além de suas almas
O sopro seco do tempo
encostado na navalha
Enrugam os pés de galinha
com o frescor do hortelã
Eu corro para dentro
desse corpo
desse copo
com cheiro de grito
Todo esse tédio de ver
no vento passar estradas
chocadas de óbitos
Ergo a taça
e bebo Cronos
As ampolas
se foram
caçar grãos
de areia
no cronometro
sem templo
usando apenas
conta gotas
cheiro e
o que sobrou
do sentimento
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