quarta-feira, 29 de maio de 2013

Por uma vida grave

Botas em cima de talos
Suor escorregando
no tablado

A Máscara trágica
não necessária
desse desespero secreto
que seca a lágrima
no topo de montanhas

Alinhadas com o concreto
abrir das cortinas
Espantando
as mãos trêmulas
das retinas

Sacrifiquem os meus dedos
para que Édipo possa ver
que os Oráculos sempre mentem
diante de uma platéia faminta

Medéia decrepita
a rondar cabeças
de Urubus cor verde
Lambendo nacos de ossos
desse ofício patético
que é encenar a morte
plagiada dos atrasos

Eu fico Grave elegendo
o meu próximo
figurino,
afinal
o final também é ato
e não roteiro de mal gosto
do destino

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