Em memória de Nair Thomé
Cigalho tempo depois da morte. Chegou a hora cruel e misericordiosa de
perdoar Deus. Chorei feito uma antagônica criança ouvindo o padre falar da
pequena semente de mostarda e do coração fértil de Jesus. Jogar para plantar,
quanto clichê esquecido na paixão de Cristo. Carregamos a nossa cruz egoísta
sem mesmo saber se ela pesa. A morte pesa. Foi quando o grito mais original em mim se calou. O 11o domingo do tempo
comum, mudou o animal em mim. Animal cosmopolita sem fé diante do espelho
virtual. Vi que este animal é o mais burro de todos. Nada no mundo me esvaziou
mais que a minha inabilidade de acreditar. Senti a vertigem daquele que se
encontra. Seca sertanejeira dentro do miúdo ser que habita bem
longe das veias que irrigam células transmissoras de pranto. No nada a
distância me veio marrom e não supostamente taciturna. Cherei a terra feito
animal desconsolado, comi uma minhoca e engoli um pouquinho daquilo que morre
para ver se a crença ressuscitaria em mim. Chorei por lembrar que o meu animal
viu poucas vezes a terra, medroso que é, cheirou poucas vezes a vida, covarde que
é. Da geografia universal o que mais conheço é o duro asfalto sem vida. O
cortejo fúnebre me levou com o coração pesado para te dizer (a)Deus. Enterram-me com terra e compaixão.
Renasci na fé, com um jardim na boca.
MARAVILHOSO
ResponderExcluirputz amiga!