quinta-feira, 21 de junho de 2012

Maturidade imposta por paredes fúnebres

                                                                                      Em memória de Nair Thomé


Cigalho tempo depois da morte. Chegou a hora cruel e misericordiosa de perdoar Deus. Chorei feito uma antagônica criança ouvindo o padre falar da pequena semente de mostarda e do coração fértil de Jesus. Jogar para plantar, quanto clichê esquecido na paixão de Cristo. Carregamos a nossa cruz egoísta sem mesmo saber se ela pesa. A morte pesa. Foi quando o grito mais original em mim se calou. O 11o domingo do tempo comum, mudou o animal em mim. Animal cosmopolita sem fé diante do espelho virtual. Vi que este animal é o mais burro de todos. Nada no mundo me esvaziou mais que a minha inabilidade de acreditar. Senti a vertigem daquele que se encontra. Seca sertanejeira dentro do miúdo ser que habita bem longe das veias que irrigam células transmissoras de pranto. No nada a distância me veio marrom e não supostamente taciturna. Cherei a terra feito animal desconsolado, comi uma minhoca e engoli um pouquinho daquilo que morre para ver se a crença ressuscitaria em mim. Chorei por lembrar que o meu animal viu poucas vezes a terra, medroso que é, cheirou poucas vezes a vida, covarde que é. Da geografia universal o que mais conheço é o duro asfalto sem vida. O cortejo fúnebre me levou com o coração pesado para te dizer (a)Deus. Enterram-me com terra e compaixão. Renasci na fé, com um jardim na boca.

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