quarta-feira, 6 de junho de 2012

Rush-me hour


São Paulo 6:00 da tarde. Segunda-feira de luxo e com cheiro de charuto. Um vinho, dois vinhos; a cidade quer beber chá. Água gasosa para não dar ressaca enquanto o meu pulmão defuma o meu fígado. Nas tardes não sei definir ausência morfa nem ego ferido. Indigno-me comigo por levar o meu bloquinho que não me da status algum. Toda essa boêmia desenfreada em épocas de conservas de figo. Um vinho dois vinhos; embaixo de um prédio residencial. O prédio reside nas famílias sem mim. A cidade me fuma as cores da fumaça em um hall de entrada. O quadro cafona ilumina a minha alma com uma luz baixa de faróis em velocidade limite. Não quero me embriagar. Um vinho, dois vinhos; para ver no asfalto o tempo epifanico virar cotidiano dentro de um taxi vago que entope os meus vasos lacrimais. As 7:00 a cidade para ao mesmo passo que eu há tanto, há muito estou estática.

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