quinta-feira, 17 de maio de 2012

Elegia moderna para poeta fujão


Poeta você perdeu a mão do lápis, mas ainda rabisca, com as unhas, fazendo o papel sangrar.
Me disse: Senhorita M. pare já de escrever, o seu negócio é viver.
Eu te dei um belo tapa na cara.
Poeta você me conhece, sou na tua linha o decote bem servido com o papel de bala na mão.
Poeta você descreve, personagem que canta e toca violão.
O título da página, rua Harmonia número zero. Foi tempo poeta, faz tempo poeta.
Ser personagem esquecida, é pior que ser morta em começo de romance poeta.
O troço é que o seu bloquinho sumiu e a Caneta-computadora te fudeu irmão.
Eu te disse, vai escrever, você resolveu viver, foi preso na contramão. Fazendo poesia
foi confundido por político; Poeta você não o é. Agora ta na justiça das palavras burocráticas,
vão te prender poeta, por falso-testemunho poético.
Só eu poeta, leitor, só eu entenderia a metafísica do seu ato em vão.
Agora me diz, aonde você se meteu depois de tirar o seu dedo do cu?
tu-tu-tu-tu linha cortada depois do seu roubo ao banco central,
que caralho poeta, eu não uso bota nem dirijo camburão.
Meu olho só quer te mirar pra vê. tudo simples assim poeta.
Seu advogado judeu me ligou e me disse chorando que também sente. vê se pode?
Sente que você não pagou pra vê. Porra poeta, to pagando pra vê, você. Ta afim?
Tô desintoxicada na academia que me devora poeta, e eu querendo destruir os ossos duros da ideologia.
Você longe e eu aqui a destruir ossos.
Eu sou sua testemunha, lembra cristão? foi junto que agente incendiou a igreja,
atrás do altar. Ninguém entrou e eu ainda te devo essa.
Betty Boop te ligou e disse que ta solteira, me passou telefone
e tudo. é preciso jogar sujo poeta, se não a realidade ainda me mata.
Volta pra mim, nem que seja por 5 minutos do seu cigarro poeta, por um cigarro.

Um comentário:

  1. 9938-2953
    me liga marcela
    quero encharcar meu pulmão com você
    e o figado também

    ResponderExcluir