terça-feira, 25 de junho de 2013

Aquarela

O olho nu pousa sobre o corpo
da menina que perdeu as roupas

Os lábios enxutos de doce amargo
salutam a memória encoberta de luz
sabor
geléia tarde
de amora

Fotografias paralelas / divino olhar de ponteiros de relógios

Mulher pintada na noite
espalhada a cara no concreto
como chuva no asfalto da hora do rush

Vestida de bolinhas atravessa as linhas brancas procurando de bar em bar o melhor bolo da cidade

Citrica de fumaça e carro
Ela desenha nas unhas um roer de ratos

que antes

borravam

seu vermelho batom




Um comentário:

  1. vestida de bolinhas
    ela atravessa as linhas brancas
    da faixa de pederastras aposentados
    procurando de bar em bar
    ela quer o melhor bolo da cidade
    tomando ar engarrafado
    o cigarro nos seus dedos acusam o tempo de ser cinzas de neve
    caindo como flocos
    no seu vestido de bolinhas
    ela quer passear no astral
    sentar a bunda em cima do santo que derruba taças de cachaça
    ser marcela
    a atrevida
    aquela que se atira de pontes imaginárias
    para alcançar o sonho eclético de ser inseto
    no meio da cidade da cidade grande
    uma abelha de bolinhas sem colmeias nem rainhas
    ela quer ser feliz
    e ela é
    e eu sou a mosca
    observando seu mel melhor

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