O olho nu pousa sobre o corpo
da menina que perdeu as roupas
Os lábios enxutos de doce amargo
salutam a memória encoberta de luz
sabor
geléia tarde
de amora
Fotografias paralelas / divino olhar de ponteiros de relógios
Mulher pintada na noite
espalhada a cara no concreto
como chuva no asfalto da hora do rush
Vestida de bolinhas atravessa as linhas brancas procurando de bar em bar o melhor bolo da cidade
Citrica de fumaça e carro
Ela desenha nas unhas um roer de ratos
que antes
borravam
seu vermelho batom
vestida de bolinhas
ResponderExcluirela atravessa as linhas brancas
da faixa de pederastras aposentados
procurando de bar em bar
ela quer o melhor bolo da cidade
tomando ar engarrafado
o cigarro nos seus dedos acusam o tempo de ser cinzas de neve
caindo como flocos
no seu vestido de bolinhas
ela quer passear no astral
sentar a bunda em cima do santo que derruba taças de cachaça
ser marcela
a atrevida
aquela que se atira de pontes imaginárias
para alcançar o sonho eclético de ser inseto
no meio da cidade da cidade grande
uma abelha de bolinhas sem colmeias nem rainhas
ela quer ser feliz
e ela é
e eu sou a mosca
observando seu mel melhor